sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Brasil envelhece e a consciência infantiliza

                   Muitos se perguntam se o idoso realmente está necessitado de tantos privilégios, mas muitos não sabem que a maioria destes não se realizam enquanto dever do Estado, está lá grifada a lei: "Art.3 - É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária".Mas será que de fato, isso realmente ocorre com nossos verdadeiros idosos?
                   O Brasil já possui seus 510 anos e ainda não aprendeu a respeitar e valorizar os seus mais experientes, pesquisas estão aí e provam que o brasileiro está envelhecendo, ao contrário da consciência dos mais jovens e adultos que até então só se infantiliza, essa consciência que ver os idosos como pessoas ultrapassadas e que não podem dar conselho algum aos outros, consciência essa que ao ver pessoas mais velhas em uma fila especial, acha que aquilo está errado e que eles estão sendo favorecidos.
                  A "terceira idade" é uma fase frágil, portanto se faz necessidade a criação de um estatuto que preserve o bem-estar do idoso, logicamente que isso não seria necessário, se a sociedade jovem olhasse para si e passasse a respeitar o mais velho enquanto ser humano, assim como é de nossa consciência saber que aquele que está frágil é aquele que merece totais privilégios. O papel do Estado se coloca através de leis garantindo a preservação do idoso, mas a sociedade em contrapartida torna esses direitos inválidos.
                 Ao mesmo tempo que se vê: "Art.4 - Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos por ação ou omissão, será punido na forma da lei", se observa pessoas idosas viajando em pé no ônibus por falta de educação dos outros passageiros, se ver idosos sendo espancados pelos filhos, se ver a fila especial para idosos sendo ocupada por pessoas mais jovens, se observa a minguada aposentadoria recebida pelos idosos que mal dá para se sustentarem ao longo de seus últimos anos.
                 Portanto, o Brasil avança hoje rumo ao envelhecimento, mas regride a sua consciência, sabendo que um dia esse brasileiro que desvaloriza o mais velho, precisará num futuro, do apoio, do carinho e atenção daqueles que estão ao seu redor. É necessário que se eduque desde cedo as crianças relatando a tamanha importância dos idosos para um país, para que estas cresçam e possam mudar o atual quadro de desvalorização, podendo o Brasil a um dia quem sabe, ser comparado à Índia e o Japão onde o respeito e prestígio pela figura do idoso é enorme.